“Depois da tragédia, a Sociedade Civil chega ao terreno”

sld projeto piloto    No próximo dia 13 de julho, às 14h3m, o SerQ – Centro de Inovação e Competências da Floresta, na Sertã, acolhe a conferência que marca o início do "Projeto-piloto de planeamento colaborativo da Sociedade Civil no Município da Sertã", que surge como resposta da Sociedade Civil à tragédia provocada pelo incêndio que deflagrou a 17 de junho.

 

De 13 a 16 de julho, estarão no terreno cerca 30 elementos de uma plataforma composta por 130 elementos (investigadores de várias universidades do país, profissionais liberais e empresários das áreas de arquitectura, engenharia, design, direito, psicologia, sociologia, antropologia, fotografia, etc) para trabalho voluntário e gratuito, que desenvolverão um laboratório colaborativo com as autarquias e comunidade, através do levantamento de necessidades no terreno, elaboração de plano alargado de intervenção/reconstrução e abordagem de soluções para as necessidades encontradas.

 

Programa:

 

 

(Re)parar : Laboratório colaborativo na paisagem da Bacia Hidrográfica do Zêzere

14h15

Paulo Luís - Presidente da Direção do SerQ

abertura

14h30

Helena Barbosa Amaro

(Re)parar : Laboratório colaborativo na paisagem da Bacia Hidrográfica do Zêzere.

14h45

Aurora Carapinha

Da utopia se faz justiça

15h00

Marta Labastida

À paisagem pelo fragmento

15h15

 

perguntas

15h30

Henrique Pereira dos Santos

"Outra mudança faz de mor espanto"

15h45

Mário Luís Marques

Fomos apanhados pelo clima?

16h00

 

perguntas

16h15

 

intervalo

16h30

Manuela Raposo Magalhães

Que (infra)estrutura ecológica?

16h45

Ivo Oliveira

"Os caminhos fazem parte da paisagem"

17h00

 

perguntas

17h15

Domingos Lopes

Como fomos da agricultura à floresta?

17h30

Telmo Dias Pereira

Hidrologia, floresta e incêndio: triângulo inevitável?

17h45

 

perguntas

18h00

 

intervalo

18h15

Tiago Mota Saraiva

Construção colectiva da paisagem: estaremos preparados?

18h30

Ana Pedrosa

Comunidade: (novas) formas de aproximação ao terreno

18h45

Mariana Almeida Mattos

CriActivaMente : novos métodos de planeamento

19h00

 

perguntas

19h15

Aurora Carapinha

encerramento

 

 

PROJECTO-PILOTO DE PLANEAMENTO COLABORATIVO NO MUNICÍPIO DA SERTÃ
LABORATÓRIO COLABORATIVO na Paisagem da Bacia Hidrográfica do Zêzere

 

O incêndio de Junho passado e a gravidade da catástrofe ocorrida nos municípios afectados sugerem a necessidade de se adoptarem medidas capazes não só de reconstruir os lugares, como de impedir que estas situações se possam repetir.

No entanto, a análise da situação e o lançamento de propostas não devem cingir-se a momentos pontuais, nem a localizações específicas, nem à visão duma disciplina ou mesmo à junção de várias. É essencial que as novas estratégias sejam construídas atendendo a um arco temporal mais amplo e com uma visão territorial abrangente, capaz de ser replicada em outras geografias, e através duma lógica que permita que administração e os seus técnicos, comunidades e investigadores terem uma visão conjunta e compartilhada.

Com base nestas convicções, uma plataforma de técnicos, movidos pela sua responsabilidade cidadã, reuniu-se e mobilizou-se para sustentar a necessidade de criação de um Laboratório na Paisagem da Bacia Hidrográfica do Zêzere. Esta plataforma resulta da iniciativa conjunta do Departamento de Paisagem, Ambiente e Ordenamento da Universidade de Évora (CHAIA e DEPAO) e do CEAU (Centro de Estudos de Arquitectura e Urbanismo) da Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto. Considera que a paisagem deverá ser a unidade de trabalho das políticas públicas em matéria de ordenamento e planeamento. Deverá, portanto, a paisagem em si ser o critério orientador da sua própria produção.

A plataforma integra investigadores provenientes de várias universidades do país – Universidade de Évora, UMinho, UTAD, FAUP, etc -, bem como investigadores em prática isolada ou contexto empresarial. Conta ainda com profissionais de diferentes áreas de investigação e trabalho com comunidades, que inspiram o modelo de planeamento colaborativo em que a plataforma pretende assentar. Associaram-se também profissionais da área do design thinking, metolodogia que pretende introduzir novas metodologias de trabalho na produção de conhecimento e na inovação. Por fim, juntaram-se também profissionais de diferentes áreas de trabalho (juristas, psicólogos, sociólogos, antropólogos, fotógrafos, etc) disponibilizam-se para apoiar a iniciativa, seja na sua operacionalização, seja no seu registo (por fotografia, audio, video, desenho, etc).

Esta iniciativa começará com um projecto-piloto, no Município da Sertã, que se mostrou receptivo a acolher o trabalho desta plataforma, disponibilizando apoio logístico para a realização dos trabalhos. Entre sexta-feira e domingo, uma equipa de cerca de 30 voluntários irá realizar trabalho de campo em áreas delimitadas no concelho da Sertã, correspondentes a sub-bacias hidrográficas, tanto em zonas consumidas pelos incêndios, como em zonas que tenham sido poupadas. Pretende-se analisar diferentes variáveis (recursos hídricos, orografia, coberto vegetal, etc), com vista a identificar o que, nestas paisagens, seja para manter, para melhorar ou para fazer de outro modo.

Estes trabalhos iniciam-se com uma conferência no SerQ (Centro de Inovação e Competências da Floresta, da Sertã), a 13 de julho, em que vários membros da plataforma apresentarão o seu ponto de vista sobre as questões que os incêndios suscitam e que vão muito para lá da questão da floresta. Os trabalhos culminam segunda-feira, dia 17 de julho, com a apresentação dos resultados desta primeira fase. Irá ser apresentada uma lista de medidas a aplicar no curto, médio e longo prazo, inscritas num programa de acção, que considere uma política pública assente numa estratégia que vá além da floresta, e que actue no âmbito das bacias hidrográficas, que não se deverão circunscrever ao governo da água.

O objectivo é estender a iniciativa a todos os municípios da Bacia Hidrográfica do Zêzere, que apresentam características e problemas semelhantes, que deveriam ser pensados como um todo. Deste modo, pela mudança de paradigma, entende a plataforma, se conseguirá romper o ciclo de risco que conduza à repetição da catástrofe.

 

BACIA HIDROGRÁFICA DO ZÊZERE - LABORATÓRIO NA PAISAGEM :
PROJECTO-PILOTO DE PLANEAMENTO COLABORATIVO NO MUNICÍPIO DA SERTÃ

Aurora Carapinha, CHAIA e DEPAO, Universidade de Évora
Helena Barbosa Amaro, MDT/CEAU/FAUP
Ivo Oliveira, U Minho
Domingos Lopes, UTAD

 

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