A exposição “Tudo Tem Um Tempo”, no Salão Nobre do Clube da Sertã, patente até 31 de dezembro de 2024, é uma breve ilustração à sociologia comunitária da vila da Sertã, num tempo em que, de acordo com Joaquim Eduardo Barata, as dificuldades e as genialidades se entrelaçavam. Naturalmente limitada, a mostra leva-nos a viajar por uma Sertã do passado, com tradições, usos, costumes, recreio, solidariedade e termina com enfase ao conjunto académico JELFAM, do qual Joaquim Eduardo Barata foi importante fundador.
Esta exposição surge da iniciativa “Crescer entre Ribeiras”, mote de diversas atividades que decorreram na Sertã nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro. Estes eventos celebraram a história e a memória da Vila da Sertã, contadas (e revividas) pelo escritor e historiador local Joaquim Eduardo Barata. Com um programa vasto, fizeram parte desta iniciativa uma visita guiada ao núcleo histórico da vila da Sertã, a inauguração da exposição “Tudo tem um Tempo”, o lançamento do livro que dá título a esta iniciativa e, ainda, um serão musical que promete uma viagem nostálgica ao passado.
A entrada é livre.
Joaquim Eduardo Barata é natural da Sertã. Nasceu em casa, no Bairro da Portela, em 1944, e era o mais novo de cinco irmãos. Órfão de pai desde os oito anos, viveu a sua infância e adolescência de forma intensa e sempre com muito apego à terra. Dividido entre o bulício urbano, as brincadeiras de rua e a vida rural, as suas vivências diversificadas e contrastantes, permitiram-lhe colher e reter testemunhos bem marcantes destas duas realidades tão distintas: a vida no quotidiano urbano e a vida no campo no seu estado mais puro, rica em velhos costumes e tradições.
Alistou-se no “corpo ativo” dos Bombeiros Voluntários da Sertã, onde serviu até ingressar no serviço militar. Na década de 1960, destacou-se como membro ativo na cena cultural da Sertã, tendo participado em inúmeras atividades lúdico-culturais, muitas das quais de sua própria iniciativa, e foi ainda membro fundador do Conjunto Académico JELFAM – um marco e uma “lufada de ar fresco” no estagnado panorama cultural da região naquele tempo. Após servir na Guerra do Ultramar, (de 1964 a 1970) retornou a Portugal para iniciar uma carreira profissional fora da Sertã, mas sempre mantendo laços com sua terra natal.