Detalhes

Publicado em 29-06-2020

O projecto "Cancioneiro Tradicional da Beira Baixa" do sertaginense Miguel Calhaz, é finalista regional/distrital, sendo uma das 7 Maravilhas do distrito de Castelo Branco, e passou à fase seguinte do concurso 7 Maravilhas da Cultura Popular, encontrando-se a votos. A votação decorre até ao dia 14 de agosto através de chamada telefónica para o 760 207 834 (custo de chamada 0,60€ + iva - cada telefone tem direito a votação ilimitada / votação possível apenas com números de telefone portugueses). No dia 14 de agosto será emitido na RTP, em directo de Penamacor, o programa referente ao distrito de Castelo Branco, em que será apurado o representante do distrito.

À semelhança de edições anteriores, segue-se depois a fase de repescagem em serão conhecidos os restantes Pré-Finalistas a serem adicionados aos Pré-Finalistas já apurados nas Eliminatórias Regionais do Concurso, constituindo o grupo de 28 Pré-Finalistas. Seguir-se-ão as meias finais e, posteriormente a Gala Finalíssima onde serão finalmente conhecidas as 7 Maravilhas da Cultura Popular.

Todos os apreciadores da música tradicional portuguesa estão assim convidados a votar no "Cancioneiro Tradicional da Beira Baixa", até 14 de agosto através do 760 207 834, para que passe à próxima fase do Concurso 7 Maravilhas da Cultura Popular.

Refira-se que, para além do "Cancioneiro Tradicional da Beira Baixa" (categoria Músicas e Danças), o Município da Sertã apresentou três candidaturas ao concurso 7 Maravilhas da Cultura Popular que, no entanto, não passaram à fase seguinte: «Costumes da Eira» (Rituais e Costumes), «Festival de Gastronomia do Maranho» (feiras e festas) e «Lenda de Celinda» (lendas e mitos). A participação no concurso 7 Maravilhas da Cultura de Portugal conta com o apoio do Município da Sertã e da AproSer – Associação de Produtores do Concelho da Sertã.

Vídeo apresentado na candidatura ao concurso 7 Maravilhas da Cultura Popular:

«Cancioneiro Tradicional da Beira Baixa»:

O cancioneiro tradicional da Beira Baixa tem no concelho da Sertã um dos seus principais pontos de recolha e inspiração musical. Isso mesmo foi visível no trabalho de campo encetado pelo grande etnomusicólogo português Armando Leça no final da década de 1930, que registou algumas canções tradicionais originárias desta região.
Este prolífico espólio musical tem servido de filão, ao longo das últimas décadas, a vários grupos de música popular do concelho, desde o extinto Núcleo de Cantos Populares de Calvos e Outeiro até aos atuais ranchos folclóricos.
Todavia, tem sido o cantautor e contrabaixista Miguel Calhaz o principal responsável por manter vivo este cancioneiro da música tradicional portuguesa. Miguel Calhaz tem sabido construir, a partir de músicas antigas e de sonoridades distintas desta região, canções de grande qualidade e invocadoras deste cancioneiro. Refira-se que os seus inúmeros projetos musicais revelam também influências dos cantares populares e do folclore e procuram dar nova roupagem a muitas dessas músicas pertencentes ao cancioneiro tradicional. São disso exemplo as gravações que fez de músicas tradicionais, dando-lhes um toque de modernidade, como aconteceu com «A Moleirinha» (canção típica da região), «Maria da Conceição», «Senhora do Almortão», «Oh Bento Airoso» ou «São João».

Miguel Calhaz tem efetuado um intenso trabalho de recolha musical, permitindo assim recuperar e divulgar canções de outros tempos, num processo de preservação e respeito pela cultura de antanho.
Por exemplo, o projeto CONTЯA! – Contemporânea Tradição, de Miguel Calhaz, assenta a sua musicalidade na raiz tradicional da música portuguesa, navegando simultaneamente em universos musicais contemporâneos. Aqui e ali, laivos de antigas heranças musicais presentes no folclore português, entrelaçam-se com hipnóticas polirritmias e re-harmonizações.
Por seu lado, no projeto Trilhos, Miguel Calhaz, juntamente com outros músicos, desenvolve uma performance musical, onde o piano, o contrabaixo, as percussões e a guitarra portuguesa dialogam com a música tradicional, com o jazz e com a obra do guitarrista Carlos Paredes. Um projeto que procura dar novos caminhos à guitarra portuguesa.
O compositor e contrabaixista Miguel Calhaz integrou ainda outros projetos, como «Romance da Pastora» ou «Raiz».
O disco de estreia a solo de Miguel Calhaz, «Estas Palavras» recebeu várias críticas elogiosas. Por exemplo, Pedro Dias de Almeida, na revista Visão, escreveu: "Não há dúvida quanto à família musical de Miguel Calhaz (...) revelada no seu disco de estreia Estas Palavras: a música popular portuguesa no seu melhor. Com um toque de novidade no instrumento escolhido por este cantautor para o acompanhar em palco: o contrabaixo".